Roteiro: Sul da França - parte 5: Provence - 2/2

Campos de Lavanda perto de Manosque
Chegamos à última parte dessa viagem incrível! Só de lembrar, enquanto escrevo, me dá um aperto no peito, uma vontade de voltar! Foi tudo tão perfeito, que só temos a agradecer a Deus pela oportunidade de vivenciar momentos tão agradáveis em lugares tão lindos.
O plano original era passar 4 noites em Oppede Le Vieux, porém decidimos antecipar a nossa partida em um dia para podermos conhecer com calma o Gorges du Verdon e não podíamos ter acertado mais nessa decisão. Mais a frente explico porque.


Reservamos uma pousada na cidade de Valensole, que fica próxima ao Gorges du Verdon, a Moustiers-Sainte-Marie e é uma boa base para quem quer ver os campos de lavanda no mês de julho. Nessa região, pelas condições climáticas, nos disseram que veríamos vários campos floridos, roxinhos já, mesmo sendo ainda a primeira quinzena de junho. E não deu outra! Além disso, achamos uma pousada muito gostosa, por um preço especial, a Les Terrasses de Valensole. Tudo que mostra no site é a mais pura verdade. Além disso, o Laurent, dono da pousada, é muito prestativo! 
A cidade de Valensole não tem grandes atrativos, além dessa bela fonte que aparece abaixo. Há poucas opções de restaurantes e achei tudo meio feio e caro. Há uma cidade entre Valensole e Moustiers-Sainte-Marie que se chama Riez, que talvez fosse uma opção melhor para se hospedar. 
No caminho entre Oppede Les Vieux e Valensole, passamos por Manosque, onde fica a fábrica da L´Occitane, a qual eu queria conhecer. Almoçamos nessa cidade e fomos à fábrica, mas como ainda queríamos chegar a tempo de aproveitar o Gorges du Verdon e não havíamos feito a reserva para o passeio guiado pela fábrica (tem que mandar um email), conhecemos somente uma pequena parte demonstrativa e a loja, onde os produtos tem 20% de desconto. Obviamente, fizemos umas comprinhas. Foi no caminho entre Manosque e Valensole que fizemos as fotos acima, nos campos de lavanda. Há vários pelo caminho e mais ainda ao redor de Valensole.

Fonte de água potável e gelada em Valensole

A placa da pousada, que fica na área rural da cidade

Após nos instalarmos em Valensole, fomos até o office de tourisme, pegamos as informações sobre a região, mapas e seguimos até Saint-Croix-du-Verdon, onde nos disseram haver uma praia no lago. Já na estrada se vê aquele monte de água verde esmeralda. É impressionante! Pena que ao chegarmos na praia, já não tinha muito sol e estava um pouco frio, devido ao vento.
A primeira vista do lago Saint-Croix
No dia seguinte, seguimos para Moustiers-Sainte-Marie, que foi uma das minhas cidades preferidas de toda a viagem. A cidade é incrustada na montanha e muitas casas e lojas tem como parede de trás, a rocha mesmo. Essa cidade é especializada em louça (faience) e cerâmica (poterie) e há dezenas de lojinhas vendendo todo tipo de artigo em louça, desde os mais comuns, com desenhos repetidos, até alguns bem exclusivos. É tudo caro e lindo! Os preços variam entre $40,00 e 180,00 euros por uma jarra, por exemplo. Eu nem sou muito clássica, "rococó", mas fiquei de fato emocionada de ver aquelas lojas, especialmente uma em que o vendedor era um senhor de cerca de 80 anos, que nos contou que a esposa dele que havia pintado cada uma das peças. A loja tinha essa parede interna de rocha e diversas prateleiras, cheias dos mais variados objetos. Fiquei tão encantada que até esqueci de fotografar. 


Há diversas trilhas para se fazer à pé saindo de Moustiers - como em toda essa região da França, aliás. Chegamos a fazer uma, por muita insistência do Rômulo, pois, como se vê nas fotos, minha roupa e calçado não eram adequados, mas como estava demorando muito pra chegar ao topo e não tínhamos nenhuma indicação de para onde estávamos indo, resolvemos voltar. Andamos depois até a Chapelle de Notre-Dame de Beauvoir.
Trilha até a Chapelle Notre-Dame de Beauvoir



Essa cidade é bastante turística e tem boas opções de restaurantes. Nesse dia acabamos comendo sanduíche com bata frita, pois estávamos com desejo de comer as famosas french fries. Foi lá também que eu experimentei o sorvete de lavanda, que é surpreendentemente gostoso. Em princípio, parece que você está mordendo um sabonete, mas depois o sabor se transforma em algo delicioso. Eu trouxe lavanda seca e já fiz um cheesecake com ela que em breve postarei a receita aqui. 

Várias quedas d'água pela cidade



Saímos de Moustier-St-Marie em direção a La Palud-sur-Verdon, para ver o Gorges du Verdon de cima. Essa estrada é incrivelmente bela, mas não pode ter medo de altura, pois tem cada penhasco! E o mais louco é que não há muita proteção lateral, então precisa dirigir de forma bem cuidadosa. O dia, porém, foi ficando cada vez mais cinza e ventava tanto, mas tanto, que dava até medo de sair do carro.


Não chegamos a La Palud nesse dia. Acabamos voltando e seguindo para Aiguines, onde decidimos jantar. Aiguines, fica no alto e de lá se tem uma bela vista do lago Saint-Croix. Lá também tem um castelo bem interessante, uma pena que não seja aberto para visitação. Não ficamos muito tempo, pois a tempestade que estava se formando era de assustar e ainda tínhamos todo o caminho de volta para Valensole. Por isso que ter saído um dia antes de Oppede valeu a pena, já que chegamos a ver o rio bem verdinho e tivemos tempo de passear por Moustiers-Sainte-Marie, que eu amei.
Castelo em Aiguines

Vista da janela do nosso quarto na pousada Les Terasses de Valensole
Nessa noite choveu e ventou muito, com raios e trovões. Foi quase um milagre acordar e ver o sol brilhando. Aproveitamos o lindo dia para fotografar os campos de lavanda ao lado da pousada. Devido à chuva, o cheiro de lavanda exalava espontaneamente (normalmente você só sente o cheiro ao esfregar a flor nos dedos). 





Seguimos direto para o Gorges du Verdon, onde queríamos andar de caiaque. Chegamos lá e vimos um rio totalmente diferente do dia anterior. A parte próxima ao local onde se alugam os caiaques estava limpa, pois foi criada uma espécie de barreira pelos galhos um pouco antes da ponte, mas passado esse lugar, o rio estava bem marrom, com toda a chuva do dia anterior, trazendo lama das montanhas costeiras. O passeio custou $15,00 euros/hora. Tem opção de pedalinho e de barco elétrico ($35,00 euros/hora), que abriga umas 5-6 pessoas. O caiaque é um pouco cansativo, mas praticamente não há correnteza.


Barco elétrico e caiaque

A divisa entre a água verde e marrom




Depois de devolver o caiaque e almoçar ali perto, pegamos a mesma estrada do dia anterior, em direção a La Palud-sur-Verdon, cheia de penhascos e lindas vistas do Gorges du Verdon, porém nesse dia, com as águas totalmente escuras, não teve tanta graça. Fomos até Rougon, onde fica o Pont Sublime, que tem uma das vistas mais lindas do canyon do Verdon, mas infelizmente não tivemos sorte devido às condições climáticas do dia anterior e do próprio dia (nesse momento já estava bem nublado).

Vista do Pont Sublime


Bugatti Grand Prix
As estradas nessa parte da França, aos finais de semana, são uma loucura! Há os tradicionais ciclistas, muitas motos, alguns motorhomes e trailers e os carros normais. A disputa por espaço é sempre complicada e às vezes, perigosa. Agora além de tudo isso, nesse dia ainda havia muitos Bugattis modelo Grand Prix (foto acima) literalmente apostando corrida na estrada e mal conseguindo fazer as várias curvas na beira dos penhascos, mas sempre correndo muito. Os pilotos usavam aqueles capacetes de couro e as companheiras, ao lado, lenços na cabeça. Foi algo digno de um filme!
De Rougon, fomos a Trigance, onde só passeamos de carro e seguimos tentando chegar a Pont de l'Aturby, que é uma ponte de onde as pessoas saltam de bungee jump no canyon do Verdon, mas mesmo seguindo as indicações do mapa, não conseguimos encontrar. Vendo o mapa posteriormente, vi que acabamos indo para o lado oposto em Trigance. Isso fez com que a gente perdesse um pouco de tempo, mas as estradas são lindas, de toda maneira e de repente você se depara com uma cidade como essa abaixo no meio do nada. Além disso, não tínhamos nenhum compromisso na volta, além de dormir em Nice para pegar o voo de volta no dia seguinte. E de repente, os 18 dias terminaram, num passe de mágica.























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